Magnus Roberto de Mello Pereira,
Ana Lúcia Rocha Barbalho da Cruz
Resumo
Com a Reforma de 1772, a
Universidade de Coimbra passou a ser pensada como parte do aparelho de Estado,
à qual seria atribuida a responsabilidade pela formação das novas mentalidades
que iriam colocar Portugal nas sendas do progresso e do bem comum. Tratava-se
de alavancar internamente a produção de conhecimento científico e técnico
modernos através da formação de uma elite intelectual apta a multiplicar esses
saberes, como professores, e à atender às necessidades administrativas mais
imediatas de Estado. No entanto, a mesma Reforma integrou-se num processo maior
de construção de memória. Através da edição de diversos textos chaves, Pombal
buscou criar monumentos instauradores de verdades e memórias, que ensinavam
como e o que lembrar ou esquecer. Os textos da reconstrução de Lisboa, da
expulsão dos jesuítas e da reforma da Universidade foram a base discursiva
sobre a qual foi construído o personagem Pombal, que até hoje se impõe como
marco obrigatório de rememoração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário