domingo, 23 de novembro de 2014

Ciência e Memória: aspectos da reforma da Universidade de Coimbra de 1772

Magnus Roberto de Mello Pereira, Ana Lúcia Rocha Barbalho da Cruz


Resumo


Com a Reforma de 1772, a Universidade de Coimbra passou a ser pensada como parte do aparelho de Estado, à qual seria atribuida a responsabilidade pela formação das novas mentalidades que iriam colocar Portugal nas sendas do progresso e do bem comum. Tratava-se de alavancar internamente a produção de conhecimento científico e técnico modernos através da formação de uma elite intelectual apta a multiplicar esses saberes, como professores, e à atender às necessidades administrativas mais imediatas de Estado. No entanto, a mesma Reforma integrou-se num processo maior de construção de memória. Através da edição de diversos textos chaves, Pombal buscou criar monumentos instauradores de verdades e memórias, que ensinavam como e o que lembrar ou esquecer. Os textos da reconstrução de Lisboa, da expulsão dos jesuítas e da reforma da Universidade foram a base discursiva sobre a qual foi construído o personagem Pombal, que até hoje se impõe como marco obrigatório de rememoração.

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