Linha do tempo
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Fatos
importantes da história da Química no Brasil
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1764-1804
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Vicente C. S. S.
Telles , formado em Filosofia e Medicina em Coimbra, pode ser
considerado o primeiro químico Brasileiro. Obras Elementos de Química
e Nomenclatura Química Portuguesa, Francesa e Latina.
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1800
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José Bonifácio descreve
dois novos minerais: a petalita e espodumênio.
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1808
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Criação da Academia Real
Militar no Rio de Janeiro que foi a primeira a cuidar do
ensino de Química.
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1812
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Primeiras
pesquisas industriais sobre sabões realizadas no Laboratório Químico-Prático
do Rio de janeiro.
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1817
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Criação de uma
cadeira de Química na Bahia, que contava apenas com aulas
teóricas. Criação de uma cadeira de Química na Bahia, que contava apenas
com aulas teóricas.
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1874
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Contratação do
Farmacêutico Alemão Theodor Peckolt (1822-1912) para organizar o Laboratório
Químico do Museu Nacional, onde se iniciou os trabalhos com produtos
naturais. Fundação da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, sucessora da
antiga Academia Real Militar fundada em 1811, que em 1877 introduziu os cursos
de Química
Orgânica, Analítica Mineral, Inorgânica e
Industrial.
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1875
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Lançamento da obra
“Noções de Química Geral” de João Martins Teixeira, discípulo de Moraes
Vale, a qual seria adotada por várias décadas. Em 1878 Moraes
também lançou “Noções de Química Inorgânica”.
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1871-1893
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Publicação de
“História das plantas alimentares e de gozo do Brasil” e de “História das
plantas medicinais e úteis do Brasil” por T. Peckolt. Em função de seus
trabalhos, Peckolt foi condecorado com a “Ordem da Rosa” pelo
Imperador D. Pedro II.
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1873
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Manoel de Moraes e
Vale (1824-1886) publica Noções elementares de Química Médica e Noções
de Química Geral.
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1874
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Fundação da Escola
Politécnica do Rio de Janeiro, cujo regulamento mandava ensinar
Química.
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1875
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Fundação da
Escola de Minas de Ouro Preto, que no final do século XIX era considerada o
maior centro de cultura do Brasil, atingindo fama mundial.
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1882
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Chegou ao Rio
de Janeiro Wilhelm Michler (1846-1889), descobridor da cetona aromática que
tem seu nome. Em 1884, foi contratado para a cadeira de
Química Industrial na Escola Politécnica. Michler transformou o
modesto Laboratório de Química numa ala própria com laboratórios modernos
onde formou numerosos alunos e executou pesquisas sobre produtos naturais
brasileiros.
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1883
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Publicação da
obra “Apontamentos de Química” por Álvaro Joaquim de Oliveira, um dos sete
fundadores da sociedade positivista (1876).
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1884
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Foi contratado para
lecionar Química Industrial, o alemão Wilhelm Michler, formado em
Química e Doutor em Filosofia pela Universidade de Zurich.
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1911
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Alfred
Schaeffer, contratado para instalar e dirigir o Laboratório de
Análise do Estado, em Belo Horizonte,
onde projetou e instalou o Instituto de Química (1921-1931).
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1918
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Fundação de um
Instituto de Química no Rio de Janeiro, idealizado e dirigido por Mario
Saraiva (1885-1950)
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1920
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Fundação do curso de
Química Industrial e Agrícola em Niterói, que foi transferido para o Rio de
Janeiro, onde em 1933 deu lugar à Escola Nacional de
Química.
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1924
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Fundação do
curso de Química Industrial da Faculdade de Engenharia do Paraná.
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1933
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Extinção do
Curso de Química Industrial da Escola Superior de
Agricultura e Medicina Veterinária (atual Universidade Federal de Viçosa). Neste
mesmo ano, foi criada a Escola Nacional de
Química, incorporada da Universidade do Brasil em 1937, hoje
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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1934
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Criada a
Fundação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP em São
Paulo. Nesta época teve início de uma nova fase do
desenvolvimento científico no país com a contratação de vários professores
europeus esta Faculdade.
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1939
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Teve início as
pesquisas orientadas por Rheinboldt (15 teses de doutoramento e 90 artigos) e
Hauptman (13 teses de doutoramento e 60 artigos).
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1941
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Vítima da
perseguição nazista, Feigl foi contratado para o Laboratório da Produção
Mineral no Rio de janeiro, onde criou a “análise de toque” e definiu
sensibilidade, seletividade e especificidade entre outros.
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1945
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Giuseppe Cilento
terminava seu doutoramento e logo começou a pesquisar no campo da
Físico-Química, posteriormente Bioquímica e Bio-física.
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1951
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Paschoal E. A. Senise, um
dos primeiros discípulos de Rheunboldt, iniciou suas pesquisas no campo da
Química Analítica com a colaboração de Luis R. M. Pitombo, já empregando
espectrofotometria, polarografia, métodos eletroanalíticos e físicos.
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1957
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Ernesto Glesbrecth
passou a pesquisar no campo da Química Inorgânica com a colaboração de
Geraldo Vicentini.
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Referências
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Este blog contém informações sobre a origem da química no Brasil. Assim como estudiosos e curiosidades da área.
domingo, 23 de novembro de 2014
Linha do tempo da Química no Brasil
A teoria do flogístico tinha por objetivo explicar a característica da combustão dos materiais
Flogístico era o nome usado no século XVIII para uma
suposta substância que surgia durante os processos de combustão. A teoria do
flogístico foi desenvolvida nos primeiros anos da década de 1700 pelo químico e
físico alemão Georg Ernst Stahl (1660-1734). Essencialmente Stahl assumiu que
materiais combustíveis, como carvão ou madeira, eram ricos em
"flogístico". Durante a combustão haveria uma liberação desta
substância invisível que é o flogístico. Após a combustão, o que sobrava não
continha mais flogístico e, portanto, não poderia mais queimar.
A oxidação dos metais também envolvia a transferência de
flogístico. Por acaso, a fundição dos metais era consistente com a teoria do
flogístico. Carvão vegetal também perde peso com a combustão, o que reforçava a
teoria de Stahl.
Mas o químico francês
Lavoisier (1743-1794) demonstrou que o ganho de peso quando um metal se
oxidava, em um recipiente fechado, era equivalente à perda de peso de ar preso
no vaso. Lavoisier demonstrou também
que a presença de oxigênio era imprescindível na combustão, e que nenhum
material queimava na ausência de oxigênio. Assim, abandonou-se a teoria do
flogístico, que na verdade não existe, e em seu lugar ficou a descoberta de que
a combustão é apenas uma reação com o oxigênio, prescindindo da existência de
qualquer substância como o flogístico.
http://www.clubedaquimica.com/index.php?option=com_content&view=article&id=122:o-que-e-flogistico&catid=35:historias-da-quimica&Itemid=48 acessado em 22/11/2014 às 17:00.
Biografia de José Bonifácio
Biografia
de José Bonifácio
Nascimento
em 13 de junho de 1763.
Em
1787 formou-se em Filosofia.
Em
1788 terminou o curso de direito.
Em
1789 foi admitido como sócio livre da Acadêmia de Ciências de Lisboa
conforme recomendado por seu ex-professor de química Domingo Vandelli a Duque
de Lafões, D. João de Bragrança.
Em
1790 publicou na Academia sua peça de estréia, a Memória sobre a Pesca
das Baleias e Extração do Azeite, obra de natureza técnica.
Em
1791 fregüentou o curso de Mineralogia e Química em Paris.
Em
1792 publicou no número de outubro dosAnnales de Chimie de Paris
uma Memória sobre os diamantes do Brasil.
Em
1800 no Allgemeines Journal der Chimie, descreve quatro novos minerais:
Petalita, espodumênio, escapolita e a criolita.
Em
1812 é eleito Secretário da Academia de Ciências, onde se dedicou com grande
zelo e afinco até se aposentar em 1819 e voltar ao Brasil.
A partir
de janeiro de 1822 se envolve totalmente na independência do Brasil.
Obra
Mémoire
sur les diamants du Brésil, Annales de Chimie, tome 15ème, 82-88
(1792). 2.a Journal of Natural Philosophy,
Chemistry and the Arts, vol. I, 24-26 (1792)
Kurze Angabe der Eigenschaften und
Kennzeichen einiger neuen Fossilien aus Schweden und Norwegen, nebst einigen
chemischen Bemerkungen über dieselben, Allgemeines Journal der Chemie,
Vierter Band, 28-39 (1800), Figura 1.
Notice
sur la structure minéralogique de la contrée de Sala em Suède, Journal des
Mines, 15ème Vol. 249-259 (1804)
Experiências
químicas sobre a quina do Rio de Janeiro comparada com outras, Acad. R. das
Ciências de Lisboa Tomo III, parte II, 96-118 (1814) - em colaboração com
João Croft, Sebastião Francisco de Mendo Trigoso e Bernadino Antonio Gomes.
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http://clubedaquimica.com/index.php?option=com_content&view=article&id=65:jose-bonifacio&catid=42:quimica-no-brasil&Itemid=63 acessado 22/11/14 19:48[JF1]
João Manso
Pereira -
Primeiro químico genuinamente brasileiro.
João Manso Pereira era natural de Minas Gerais e deve ter
nascido antes de 1750, pois faleceu com
mais de setenta anos em 20 de agosto de 1820, no Rio de Janeiro onde era
professor de gramática latina. Seus estudo foram feitos no seminário da Lapa e
além de latim estudou também grego e hebraico. Sabia correntemente o francês.
João Manso revela ser um caso notável de autodidatismo num indivíduo que
jamais saiu do Brasil, não tendo cursado portanto nenhuma universidade. Mesmo
assim deixou um obra publicada sui generis, irregular e por vezes um pouco
confusa, mas de grande interesse histórico, tratando de um química prática e
imbuída na ideologia progressista do século das luzes. Era um homem de ação,
continuamente envolvido num sem-número de atividades.
João Manso obras de pequeno formato em que revela a sua
inventividade:
- Memoria
sobre a reforma dos alambiques ou de hum proprio para a distallação das
águas ardentes - esse livro era uma tradução ou adaptação da obra sobre o
mesmo assunto de Antoine Baumé.
- Carta
sobre a Nitreira Artificial estabelecida na Vila de Santos, da Capitania
de São Paulo.
- Considerações
sobre as cinzas do cambará do timbó etc.
Ele se dedicou especialmente à mineralogia e à química, donde lhe
veio o apelido de o "Químico". A falta de uma cronologia não dar para
precisar alguns fatos de sua história como química. Mas deve ter sido o período
que decorre de 1790 a 1797, mas suas investigação foram sobre a fabricação de
aguardente (semelhante à da Jamaica: rhum), vinho de açúcar, álcalis extraídos
da bananeira, e cerâmica.
Especificamente sobre a cerâmica, João Manso descobriu que certa argila
branca da Ilha Grande (atual Ilha do Governador), chamada pelos os índígenas de
tabatinga era o legítimo caolim. O caolim era usado pelos chineses para
fabricar cerâmicas, fato que foi relatado por ele na obra "alguma
aceitação teem merecido ao público".
Referências
Filgueiras, C. A. João Manso
Pereira, Químico empírico do Brasil colonial. Química Nova, 1993, 16(2):155-160.
da Silva, D. D., Farias, R. F.,
das Neves, L. S. História da Química no Brasil. 2a
ed. Campinas: Editora Átomo, 2006.
Significado de Iatroquímica
sf (iatro+química) Doutrina
médica que surgiu durante o século XVI, a qual atribuía a causas químicas tudo
o que se passava no organismo, são ou enfermo.
Resultando de uma mistura de alquimia e
princípios de Paracelsus, surgiu a iatroquímica (química médica), que pode ser
definida como um conjunto de idéias que tentavam explicar o funcionamento do
corpo humano (e de todos os seres vivos), a ação dos organismos e das doenças
segundo os processos químicos.
A alquimia buscava transformar qualquer metal
em ouro e para procurar o processo que permitiria tal proeza, fez com que
muitos alquimistas realizassem experiências sem critérios bem estabelecidos.
Com tantos experimentos, muitas novas substâncias químicas foram descobertas, e
a iatroquímica pregava o uso dessas substâncias no tratamento de doenças.
Paracelsus contribuiu de forma significativa para o movimento da ''química
médica'', pois achava que a medicina e a farmácia deveriam se basear em leis
físicas e químicas, os
Universidade Federal de São Carlos - Centro de
Ciências Exatas e de Tecnologia - Departamento de Química
Licenciatura em Química - História da Química
2 iatroquímicos formulavam muitas de suas idéias baseando nos pensamentos de
Paracelsus, porém, rejeitando a filosofia química.
A maioria dos iatroquímicos era formada por
médicos que foram severamente criticados por suas idéias, pois eram
considerados especuladores e cientistas que não se preocupavam com a vida de
seus pacientes. Apesar de toda a crítica, a iatroquímica conseguiu ampliar e
modificar muitos tratamentos de doenças e fornecer condições para o
desenvolvimento da farmacologia.
Podemos destacar o trabalho de três
iatroquímicos daquela época: Franz de le Boe (Sylvius), Thomas Willis e Joan
Baptista Van Helmont.
Os iatroquímicos, contudo, influenciaram mais
fortemente a terapêutica, introduzindo numerosas substâncias no tratamento das
doenças, sobretudo compostos de mercúrio (Hg), arsênio (As), antimônio (Sb),
bismuto (Bi) e ferro (Fe). Alguns destes compostos tiveram sua utilidade
comprovada no decorrer do tempo, enquanto outros foram abandonados por sua
ineficácia ou toxicidade. Destes últimos pode-se citar como exemplo o cloreto
mercuroso ou calomelano, usado como purgativo e anti-séptico intestinal, e que
produziu
Enciclopédia Larousse Cultural
http://www.f.ul.pt/paginas/jpsdias/Farmacia-e-Historia/node73.html http://www.lapemm.ufba.br/historia.htm
http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/SylviusF.html
https://w.sbq.org.br/ranteriores/23/resumos/0015/index.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Willis
http://pt.wikipedia.org/wiki/Acalasia http://proquimica.iqm.unicamp.br/iatroquimica.htm consultado
dia 22/11/14
22:05
Vicente Telles: Escreveu o primeiro livro de química no Brasil
Biografia
Nasceu
em 1764 em Congonha do Campo (Minas Gerais).
Em
1788 concluiu o curso de filosofia na Universidade de Coimbra.
Em
1791 concluiu o curso de medicina.
Em
1789 foi eleito sócio correspondente da Academia Real de Ciências de Lisboa.
Em
1791 a 1798 passar ser sócio livre a efetivo.
Em
1804 morreu
Obras
Referência
FILGUEIRAS,
C.A.L. Vicente Telles, o primeiro químico Brasileiro. Química Nova,
1985,263-270
|
Do período colonial aos nossos dias: uma breve história do Ensino de Química no Brasil
“Iniciamos com uma
indagação: Será que existiam atividades químicas no Brasil colonial?
Alguns estudiosos (Vargas, Farias, Neves e Silva) consideram a natureza de determinados conhecimentos dos povos indígenas brasileiros como o testemunho de atividades que hoje denominamos processos químicos. Exemplo desse conhecimento indígena é a extração do corante urucum, para tinturas de corpo. A química, aqui, se concentra no fato de que, do urucum, extraem-se dois corantes denominados modernamente de orelina e bixina. O primeiro componente é solúvel em água, o segundo, em gorduras, produzindo ambos a cor vermelha. Outro corante é a seiva do jenipapo, que, quando em contato com a pele, produz a cor preta ou azul escura.
Outros exemplos da química no Brasil colonial são: as plantas medicamentosas; as plantas para o uso bélico, tal qual o curare utilizado nas pontas das flechas como veneno; a pimenta utilizada como arma química; o pau-brasil, para extração de corante utilizado em tingimento de tecidos; a técnica da produção de bebida fermentada a partir da mandioca; a técnica da conversão da carne de peixe em farinha; a produção de farinha de mandioca; a produção de algodão para as redes e outros usos.
Para outros autores, como Carrara e Meirelles e Rheinboldt, a atividade extrativa, nos primeiros anos do descobrimento, era quase exclusivamente de pau–brasil, seguida da implantação do cultivo da cana em virtude da formação dos engenhos de açúcar. Esse empreendimento açucareiro seria a primeira organização manufatureira do Brasil, pois constituía uma atividade com divisão de trabalho, linha de produção, organização disciplinar do trabalho, voltado à exportação e com a participação do capital no processo de produção. Os engenhos açucareiros tinham dupla finalidade: uma seria a exportação do açúcar, e a outra, acolonização do Brasil, assegurando a posse da colônia pela ocupação do espaço físico.
Contudo, a Coroa permitia uma certa liberdade comercial. Assim, na colônia os donatários das capitanias tinham a autorização para a instalação de engenhos, para a exploração das marinhas de sal e para a comercialização de qualquer gênero com outros países, além de Portugal, sem o pagamento de qualquer tributo para a Coroa.
Alguns estudiosos (Vargas, Farias, Neves e Silva) consideram a natureza de determinados conhecimentos dos povos indígenas brasileiros como o testemunho de atividades que hoje denominamos processos químicos. Exemplo desse conhecimento indígena é a extração do corante urucum, para tinturas de corpo. A química, aqui, se concentra no fato de que, do urucum, extraem-se dois corantes denominados modernamente de orelina e bixina. O primeiro componente é solúvel em água, o segundo, em gorduras, produzindo ambos a cor vermelha. Outro corante é a seiva do jenipapo, que, quando em contato com a pele, produz a cor preta ou azul escura.
Outros exemplos da química no Brasil colonial são: as plantas medicamentosas; as plantas para o uso bélico, tal qual o curare utilizado nas pontas das flechas como veneno; a pimenta utilizada como arma química; o pau-brasil, para extração de corante utilizado em tingimento de tecidos; a técnica da produção de bebida fermentada a partir da mandioca; a técnica da conversão da carne de peixe em farinha; a produção de farinha de mandioca; a produção de algodão para as redes e outros usos.
Para outros autores, como Carrara e Meirelles e Rheinboldt, a atividade extrativa, nos primeiros anos do descobrimento, era quase exclusivamente de pau–brasil, seguida da implantação do cultivo da cana em virtude da formação dos engenhos de açúcar. Esse empreendimento açucareiro seria a primeira organização manufatureira do Brasil, pois constituía uma atividade com divisão de trabalho, linha de produção, organização disciplinar do trabalho, voltado à exportação e com a participação do capital no processo de produção. Os engenhos açucareiros tinham dupla finalidade: uma seria a exportação do açúcar, e a outra, acolonização do Brasil, assegurando a posse da colônia pela ocupação do espaço físico.
Contudo, a Coroa permitia uma certa liberdade comercial. Assim, na colônia os donatários das capitanias tinham a autorização para a instalação de engenhos, para a exploração das marinhas de sal e para a comercialização de qualquer gênero com outros países, além de Portugal, sem o pagamento de qualquer tributo para a Coroa.
Porém, esse cenário
de liberdade comercial passa a sofrer restrições devido à posição de Portugal
no cenário internacional. Por volta de 1580–1640, Portugal estava sob o julgo
da Coroa espanhola. Vencido esse período, Portugal permitiu a reabertura dos
portos da colônia ao comércio externo, embora limitasse os fluxos de comércio
desta com outros países, situação que vigorou até 1808.
É importante ressaltar que, além da produção do açúcar, existiam na colônia outras atividades manufatureiras, como a produção de aguardente, associada à cadeia açucareira. Havia, não obstante, engenhos em que a produção de açúcar era pequena em relação à produção de aguardente. Outros produtos da indústria nacional eram: o sabão; os medicamentos indígenas, devido à distância entre o Brasil e Portugal; o óxido de cal, usado como pintura de construções; o salitre, usado na composição da pólvora; o ferro; o ouro surgido em meados do século XVIII; o de azeite de baleia e a cultura do algodão.
Carrara e Meirelles nos mostram que houve um início de desenvolvimento industrial por volta de 1700, com uma diversidade de gêneros de fábricas, as quais foram reprimidas pela Coroa portuguesa. Essa situação só foi modificada em 1808, como citado anteriormente, devido à chegada de d. João VI ao Brasil. Nesse período, havia apenas algumas atividades ligadas à área química. Com efeito, a implantação de indústrias básicas ao país seria adiada em mais de um século
Para Rheinboldt, a história da química no Brasil inicia-se com a vinda da Coroa portuguesa para o Brasil. D. João VI fomentou uma série de instituições educacionais, como as escolas superiores profissionais, as instituições técnicas, as instituições culturais, para suprir as necessidades imediatas e explorar o potencial do país.
Segundo Carrara e Meirelles, na área de química foram criados: uma cadeira de química na Real Academia Militar, no Rio de Janeiro; o Laboratório Químico Prático, em 1812; o Laboratório Químico do Conde da Barca, em 1813, onde se ministravam cursos de farmácia e química; o Laboratório Químico do Museu Nacional, que, criado em 1824, se tornou um gabinete de mineralogia, e seus diretores eram mais naturalistas do que químicos.
Somadas a essas instituições, criaram-se ainda, em 1817: a Academia Médico–Cirúrgica, na Bahia; em 1809, a Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro (em 1813, essa escola passou a se denominar Academia Médico–Cirúrgica do Rio de Janeiro, na qual existia a cadeira de química–farmacêutica). Em 1838, a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro foi autorizada a comprar um laboratório de química. Em 1832, foi fundada a Sociedade Filomática de Química, em Salvador, que possuía um laboratório com um curso de química. E em 1839, foi fundada a Escola de Farmácia de Ouro Preto, em Minas Gerais, a primeira escola no país a contribuir para o aprimoramento técnico do profissional de farmácia.
Rheinboldt relata que, em 1808, fundou-se na Bahia a Escola de Cirurgia no Hospital Militar, pela iniciativa do doutor José Correia Picanço, o qual elaborou o plano de regime escolar de quatro anos, o primeiro regulamento de ensino profissional superior no Brasil.
No período de vigência das diversas instituições de ensino médico, houve inúmeras reformas e contra–reformas, comenta Rheinboldt. Porém, para ele só algumas são significativas, como a reforma de 1832, decretada na segunda regência, que renomeou as academias médico–cirúrgicas como escolas ou faculdades de medicina, e que aumentou o curso para seis anos, inserindo nas matérias do curso médico a química médica e princípios de mineralogia e farmácia. Na reforma de 1854, a principal mudança foi a instalação de um laboratório de química para os trabalhos práticos. Na reforma de 1884, o destaque foi a permissão para a fundação de faculdades livres, que incentivariam o ensino prático, prevendo laboratórios de farmácia e de química mineral e orgânica.
O surgimento de laboratórios de pesquisa, no final do século XIX, consolidou a química durante o Império. A química era ministrada nos cursos de medicina, farmácia e engenharia.
No final do Império, os segmentos que necessitavam de produtos químicos eram: a indústria têxtil, o setor de couro, a indústria de explosivos, a indústria de fósforo, o setor de iluminação, a indústria farmacêutica, o setor extrativo de produtos químicos, a siderurgia, a produção de papel e vidro, o cimento, a indústria de sabão e de vela; a produção de adubos e de inseticida; o segmento de fermentação; a produção de síntese de produtos inorgânicos; as primeiras sínteses orgânicas industriais; e a indústria de química básica.
A primeira fábrica de vidros no Brasil só entrou em operação em 1814. Quando iniciou suas atividades, foi denominada Real Fábrica de Vidros, e estava localizada na Bahia. Mas a opinião da sociedade baiana sobre a qualidade do vidro fabricado era desfavorável. Na década de 1820, foram instaladas outras fábricas de vidro, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro, e há divergência quanto à qualidade do vidro produzido nessas fábricas.
Outra nascente indústria no Império era a de papel. O primeiro registro de intenção de fabrico do produto data de maio de 1809, mas não vingou. Em meados de 1820, havia uma fábrica de papel que usava como uma das matérias–primas o subproduto da indústria têxtil: o trapo, obtido no processo de estamparia da indústria têxtil, a qual era anexa à produção de papel e fora fundada em 1813. O papel produzido por esse processo não era de boa qualidade. Algumas outras fábricas de papel surgiram no Rio de Janeiro e em outras províncias do Império.
Com relação às fábricas de pólvora, ante a chegada de d. João VI e sua numerosa comitiva, dois atos foram promulgados para aumentar a produção de pólvora. O governo não conseguia estabelecer o monopólio da pólvora, como queria. Crescia o fabrico de pólvora clandestina. O contrabando aumentava dia após dia. As fábricas reais, uma no Rio de Janeiro e outra em Minas Gerais, só detiveram o monopólio após a promulgação de diversos decretos reais, tais como os que ordenavam a proibição de comercialização, o incentivo às fábricas reais e o aumento de impostos.
É importante ressaltar que, além da produção do açúcar, existiam na colônia outras atividades manufatureiras, como a produção de aguardente, associada à cadeia açucareira. Havia, não obstante, engenhos em que a produção de açúcar era pequena em relação à produção de aguardente. Outros produtos da indústria nacional eram: o sabão; os medicamentos indígenas, devido à distância entre o Brasil e Portugal; o óxido de cal, usado como pintura de construções; o salitre, usado na composição da pólvora; o ferro; o ouro surgido em meados do século XVIII; o de azeite de baleia e a cultura do algodão.
Carrara e Meirelles nos mostram que houve um início de desenvolvimento industrial por volta de 1700, com uma diversidade de gêneros de fábricas, as quais foram reprimidas pela Coroa portuguesa. Essa situação só foi modificada em 1808, como citado anteriormente, devido à chegada de d. João VI ao Brasil. Nesse período, havia apenas algumas atividades ligadas à área química. Com efeito, a implantação de indústrias básicas ao país seria adiada em mais de um século
Para Rheinboldt, a história da química no Brasil inicia-se com a vinda da Coroa portuguesa para o Brasil. D. João VI fomentou uma série de instituições educacionais, como as escolas superiores profissionais, as instituições técnicas, as instituições culturais, para suprir as necessidades imediatas e explorar o potencial do país.
Segundo Carrara e Meirelles, na área de química foram criados: uma cadeira de química na Real Academia Militar, no Rio de Janeiro; o Laboratório Químico Prático, em 1812; o Laboratório Químico do Conde da Barca, em 1813, onde se ministravam cursos de farmácia e química; o Laboratório Químico do Museu Nacional, que, criado em 1824, se tornou um gabinete de mineralogia, e seus diretores eram mais naturalistas do que químicos.
Somadas a essas instituições, criaram-se ainda, em 1817: a Academia Médico–Cirúrgica, na Bahia; em 1809, a Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro (em 1813, essa escola passou a se denominar Academia Médico–Cirúrgica do Rio de Janeiro, na qual existia a cadeira de química–farmacêutica). Em 1838, a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro foi autorizada a comprar um laboratório de química. Em 1832, foi fundada a Sociedade Filomática de Química, em Salvador, que possuía um laboratório com um curso de química. E em 1839, foi fundada a Escola de Farmácia de Ouro Preto, em Minas Gerais, a primeira escola no país a contribuir para o aprimoramento técnico do profissional de farmácia.
Rheinboldt relata que, em 1808, fundou-se na Bahia a Escola de Cirurgia no Hospital Militar, pela iniciativa do doutor José Correia Picanço, o qual elaborou o plano de regime escolar de quatro anos, o primeiro regulamento de ensino profissional superior no Brasil.
No período de vigência das diversas instituições de ensino médico, houve inúmeras reformas e contra–reformas, comenta Rheinboldt. Porém, para ele só algumas são significativas, como a reforma de 1832, decretada na segunda regência, que renomeou as academias médico–cirúrgicas como escolas ou faculdades de medicina, e que aumentou o curso para seis anos, inserindo nas matérias do curso médico a química médica e princípios de mineralogia e farmácia. Na reforma de 1854, a principal mudança foi a instalação de um laboratório de química para os trabalhos práticos. Na reforma de 1884, o destaque foi a permissão para a fundação de faculdades livres, que incentivariam o ensino prático, prevendo laboratórios de farmácia e de química mineral e orgânica.
O surgimento de laboratórios de pesquisa, no final do século XIX, consolidou a química durante o Império. A química era ministrada nos cursos de medicina, farmácia e engenharia.
No final do Império, os segmentos que necessitavam de produtos químicos eram: a indústria têxtil, o setor de couro, a indústria de explosivos, a indústria de fósforo, o setor de iluminação, a indústria farmacêutica, o setor extrativo de produtos químicos, a siderurgia, a produção de papel e vidro, o cimento, a indústria de sabão e de vela; a produção de adubos e de inseticida; o segmento de fermentação; a produção de síntese de produtos inorgânicos; as primeiras sínteses orgânicas industriais; e a indústria de química básica.
A primeira fábrica de vidros no Brasil só entrou em operação em 1814. Quando iniciou suas atividades, foi denominada Real Fábrica de Vidros, e estava localizada na Bahia. Mas a opinião da sociedade baiana sobre a qualidade do vidro fabricado era desfavorável. Na década de 1820, foram instaladas outras fábricas de vidro, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro, e há divergência quanto à qualidade do vidro produzido nessas fábricas.
Outra nascente indústria no Império era a de papel. O primeiro registro de intenção de fabrico do produto data de maio de 1809, mas não vingou. Em meados de 1820, havia uma fábrica de papel que usava como uma das matérias–primas o subproduto da indústria têxtil: o trapo, obtido no processo de estamparia da indústria têxtil, a qual era anexa à produção de papel e fora fundada em 1813. O papel produzido por esse processo não era de boa qualidade. Algumas outras fábricas de papel surgiram no Rio de Janeiro e em outras províncias do Império.
Com relação às fábricas de pólvora, ante a chegada de d. João VI e sua numerosa comitiva, dois atos foram promulgados para aumentar a produção de pólvora. O governo não conseguia estabelecer o monopólio da pólvora, como queria. Crescia o fabrico de pólvora clandestina. O contrabando aumentava dia após dia. As fábricas reais, uma no Rio de Janeiro e outra em Minas Gerais, só detiveram o monopólio após a promulgação de diversos decretos reais, tais como os que ordenavam a proibição de comercialização, o incentivo às fábricas reais e o aumento de impostos.
Outro problema para as fábricas de pólvora era que, a cada
ano, conquanto a demanda aumentasse, a produção de salitre no Brasil era
incipiente, apesar dos esforços e dos incentivos da Coroa portuguesa para
impedir o desvio de salitre pelas fábricas clandestinas, que o subtraíam das
minas para seu próprio consumo, e para estimar-lhe a exploração pelos autênticos
proprietários das minas. Essas duas condições prejudicaram, principalmente, a
fábrica de Minas Gerais, e o governo concentrou então seus esforços na fábrica
do Rio de janeiro.
No que se refere às fábricas de sabão e de vela, utilizavam-se técnicas rudimentares desenvolvidas no interior dos engenhos de cana-de-açúcar, e nas fazendas, para uso exclusivo nesses locais. Entretanto, a primeira tentativa de fabricar sabão para comercialização, utilizando esses métodos, se deu por volta de 1821, no Rio de Janeiro. A partir daí surgiram fábricas de sabão e de vela em outras províncias. Com relação às velas, esse empreendimento obteve um enorme crescimento, em resultado da troca da cera animal pelo sebo como matéria-prima. Posteriormente, em 1837, iniciou-se o emprego de estearina, uma técnica mais moderna. Em 1844, havia no país pelo menos dezesseis fábricas de sabão, inúmeras de vela de sebo e pelo menos uma de vela de estearina, sem contar a produção artesanal de sabão a partir das cinzas.
Com a vinda da Corte portuguesa para o Brasil, chegaram os novos conceitos de medicina praticados na Europa. Porém, o Brasil já possuía conhecimentos seculares de drogas nativas, como visto anteriormente. Mesmo assim, a medicina européia começou a se difundir. Medidas foram tomadas contra o charlatanismo, como o restabelecimento do cirurgião-mor e do físico–mor, por meio de decreto. Essas medidas foram necessárias por causa da comercialização indiscriminada e predatória de drogas e remédios, que se alastravam por falta de informação e educação da população.
A atividade da indústria farmacêutica, nesse período, era exercida quase que exclusivamente nas boticas. A produção das primeiras especialidades farmacêuticas ocorreu por volta de 1830, período considerado o marco inicial do desenvolvimento da indústria farmacêutica brasileira.
Outros produtos da indústria química no período eram as matérias corantes, obtidas por extrativismo e o açúcar, que, advindo do mesmo processo colonial, era porém extraído de variedades distintas de cana-de-açúcar, o que resultou num melhor rendimento, creditados também a mais uns poucos aperfeiçoamentos técnicos. Com efeito, a principal inovação técnica foi o uso do vapor como força motriz. O vapor foi inicialmente utilizado, nos engenhos baianos, em 1815, e depois em outras províncias. Mas somente em 1830 começaram a surgir as primeiras refinarias de açúcar.
Outro produto da indústria química era a obtenção da borracha. Os primeiros artigos com o material datam de 1799. Essa indústria obteve um crescimento vertiginoso e passou, logo em seguida, a minguar, até alcançar a segunda metade do século XIX, quando voltou a crescer, devido à descoberta do processo de vulcanização da borracha, por Goodyear, em 1841.
Sabemos, pelo exposto anteriormente, que as ciências, de um modo geral, eram praticadas no Império, ainda que de forma restrita, e acompanhamos também o surgimento de alguns setores industriais químicos. Mas como foi o processo de industrialização no país? Para responder a essa pergunta, tomaremos como exemplo a implantação da sua indústria mais importante: a têxtil.
A implantação da indústria têxtil demandava diversos produtos químicos e requeria a instalação de outros segmentos industriais, os quais, porém, se ressentiam do desestímulo proveniente da falta de vontade política para com o desenvolvimento industrial. Além disso, a falta de mão-de-obra (toda concentrada nos latifúndios), a falta de inovação de técnicas, o pequeno mercado interno, a ausência de infra–estrutura para a redução de custos e para o barateamento do transporte de mercadorias, a oposição da classe dominante (formada pelo setor agrário exportador), a pequena e frágil classe dos industriais (formada na sua grande maioria de portugueses que deixaram seus empreendimentos em Portugal, devido à fuga motivada pela invasão napoleônica), as idéias liberais de comércio, a inexistência de uma política de proteção industrial, a política cambial flutuante e, enfim, a concorrência com as indústrias de outros países inibiam qualquer investimento no setor.”
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É isso!
Fonte:
Rosiney Rapolli Salateo: “Uma Análise Sobre a Historiografia da Química no Brasil em Periódicos - 1974 a 2004”. (Dissertação depositada como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em História Social. Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras, Ciências Humanas. Departamento de História. Programa de História Social. Orientador: Prof. Dr. Gildo Magalhães dos Santos). São Paulo, 2006.
No que se refere às fábricas de sabão e de vela, utilizavam-se técnicas rudimentares desenvolvidas no interior dos engenhos de cana-de-açúcar, e nas fazendas, para uso exclusivo nesses locais. Entretanto, a primeira tentativa de fabricar sabão para comercialização, utilizando esses métodos, se deu por volta de 1821, no Rio de Janeiro. A partir daí surgiram fábricas de sabão e de vela em outras províncias. Com relação às velas, esse empreendimento obteve um enorme crescimento, em resultado da troca da cera animal pelo sebo como matéria-prima. Posteriormente, em 1837, iniciou-se o emprego de estearina, uma técnica mais moderna. Em 1844, havia no país pelo menos dezesseis fábricas de sabão, inúmeras de vela de sebo e pelo menos uma de vela de estearina, sem contar a produção artesanal de sabão a partir das cinzas.
Com a vinda da Corte portuguesa para o Brasil, chegaram os novos conceitos de medicina praticados na Europa. Porém, o Brasil já possuía conhecimentos seculares de drogas nativas, como visto anteriormente. Mesmo assim, a medicina européia começou a se difundir. Medidas foram tomadas contra o charlatanismo, como o restabelecimento do cirurgião-mor e do físico–mor, por meio de decreto. Essas medidas foram necessárias por causa da comercialização indiscriminada e predatória de drogas e remédios, que se alastravam por falta de informação e educação da população.
A atividade da indústria farmacêutica, nesse período, era exercida quase que exclusivamente nas boticas. A produção das primeiras especialidades farmacêuticas ocorreu por volta de 1830, período considerado o marco inicial do desenvolvimento da indústria farmacêutica brasileira.
Outros produtos da indústria química no período eram as matérias corantes, obtidas por extrativismo e o açúcar, que, advindo do mesmo processo colonial, era porém extraído de variedades distintas de cana-de-açúcar, o que resultou num melhor rendimento, creditados também a mais uns poucos aperfeiçoamentos técnicos. Com efeito, a principal inovação técnica foi o uso do vapor como força motriz. O vapor foi inicialmente utilizado, nos engenhos baianos, em 1815, e depois em outras províncias. Mas somente em 1830 começaram a surgir as primeiras refinarias de açúcar.
Outro produto da indústria química era a obtenção da borracha. Os primeiros artigos com o material datam de 1799. Essa indústria obteve um crescimento vertiginoso e passou, logo em seguida, a minguar, até alcançar a segunda metade do século XIX, quando voltou a crescer, devido à descoberta do processo de vulcanização da borracha, por Goodyear, em 1841.
Sabemos, pelo exposto anteriormente, que as ciências, de um modo geral, eram praticadas no Império, ainda que de forma restrita, e acompanhamos também o surgimento de alguns setores industriais químicos. Mas como foi o processo de industrialização no país? Para responder a essa pergunta, tomaremos como exemplo a implantação da sua indústria mais importante: a têxtil.
A implantação da indústria têxtil demandava diversos produtos químicos e requeria a instalação de outros segmentos industriais, os quais, porém, se ressentiam do desestímulo proveniente da falta de vontade política para com o desenvolvimento industrial. Além disso, a falta de mão-de-obra (toda concentrada nos latifúndios), a falta de inovação de técnicas, o pequeno mercado interno, a ausência de infra–estrutura para a redução de custos e para o barateamento do transporte de mercadorias, a oposição da classe dominante (formada pelo setor agrário exportador), a pequena e frágil classe dos industriais (formada na sua grande maioria de portugueses que deixaram seus empreendimentos em Portugal, devido à fuga motivada pela invasão napoleônica), as idéias liberais de comércio, a inexistência de uma política de proteção industrial, a política cambial flutuante e, enfim, a concorrência com as indústrias de outros países inibiam qualquer investimento no setor.”
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É isso!
Fonte:
Rosiney Rapolli Salateo: “Uma Análise Sobre a Historiografia da Química no Brasil em Periódicos - 1974 a 2004”. (Dissertação depositada como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em História Social. Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras, Ciências Humanas. Departamento de História. Programa de História Social. Orientador: Prof. Dr. Gildo Magalhães dos Santos). São Paulo, 2006.
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